Castelo em tempos medievais ( 60cm x 90cm) Vendido
O monumento que chegou até aos nossos dias resulta de uma reconstrução quase integral executada nos finais do século XIV. D. Fernando incluiu a povoação no termo de Trancoso, município que pretendeu destruir o castelo. A esta intenção reagiram negativamente os homens-bons de Penedono que conseguiram autonomizar-se. A vila foi então doada a D. Vasco Fernandes Coutinho, que reconstruiu a fortaleza. Novas obras tiveram lugar no final do século XV e inícios do seguinte, incentivadas por D. Francisco Coutinho, vedor das obras reais na Beira.
É um insólito castelo-paço de planta poligonal e rodeado por baixa barbacã. A fachada principal está voltada a Ocidente e integra portal de lintel recto com arco apontado entre torres quadrangulares coroadas por ameias, ligadas por passadiço superior que defende activamente a entrada. Em volta do perímetro amuralhado existem cinco torres de ângulo encimadas por balcões providos de matacães.
O interior é hoje uma ruína do paço senhorial que aqui existiu. Ainda são identificáveis as escadas de acesso ao adarve, encostadas à muralha, mas o ritmo das fenestrações não permite, numa abordagem imediata, o reconhecimento da estrutura do paço. É de supor que a habitação nobre tenha sido genericamente de três andares, mas o conjunto carece, ainda, de um estudo monográfico rigoroso que possa interpretar os muitos indícios conservados. Sob a torre principal, conserva-se a cisterna, que é de secção poligonal e coberta com abóbada de cruzaria de ogivas.
No século XV, ainda não totalmente com a configuração actual, o castelo é apontado como o local de nascimento de D. Álvaro Gonçalves Coutinho, celebrizado por Luís de Camões com a alcunha de “o Magriço”. A história em que tomou parte pode considerar-se o paradigma da mentalidade cavaleiresca medieval, em que doze cavaleiros portugueses partiram para Inglaterra para, em torneio, defrontar outros tantos ingleses que haviam injuriado a honra de doze damas da corte dos Lancaster.
Visitado por Alexandre Herculano em 1812, a fortaleza de Penedono já se encontrava em ruínas, assim permanecendo até à actualidade. Em 1940, no âmbito das comemorações dos Centenários, promovidas pelo Estado Novo, o castelo foi alvo de intervenções de restauro. Alguns panos de muralha e torres, que se encontravam danificados, foram parcialmente reconstruídos, aproveitando-se a ocasião para lajear pavimentos e beneficiar os acessos. Novos trabalhos ocorreram em 1949 e 1953, mais vocacionados para a consolidação de estruturas, o que contribuiu para que o conjunto chegasse até à actualidade em relativo estado de genuinidade.
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