Igreja de Nossa Senhora dos Remédios No centro da Freguesia, encontra-se a igreja Matriz da Nossa Senhora dos remédios. Foi construída em data incerta, ( há quem diga que foi em 1512 por D. Pedro bispo da Guarda) embora se saiba que foi reedificada no século XVIII. Antes da sua construção, a Santíssima Trindade era o seu orago, passando a partir daí a ser Nossa Senhora dos Remédios. È imóvel de interesse Público . As reformas posteriores à sua construção emprestaram-lhe características maneiristas, barrocas e revivalistas.
Capela de Nossa senhora do Fetal A ermida da Srª. do Fetal é lugar de grande devoção em toda a região, foi construída num cabeço ao sul do Reguengo, em 1585 com esmolas dos devotos conforme se lê na inscrição gravada em 1794. A imagem da senhora é uma escultura em pedra do séc. XVII, com dois palmos de altura. Centro de grandes peregrinações, e de devoção Mariana, foi noutros tempos um dos santuários mais célebres da região. Lenda da Senhora do Fetal “Há muitos anos atrás, num ano de seca e fome, andava uma criança a apascentar um minúsculo rebanho. A miúda chorava enquanto as ovelhas olhavam tristemente a terra ressequida donde a custo tiravam umas ervas secas. Subitamente, surgiu de entre os fetos uma mulher que perguntou à criança: - Porque estás tu a chorar? - Dói-me a barriga, tenho fome… - Vai pedir um bocado de pão à tua mãe! - Ora já pedi! Mas lá em casa não há pão, não há nada para comer!... - Mas, olha, faz como eu digo. Vai a casa outra vez e pede pão à tua mãe. Diz-lhe que vá à arca e lá encontrará pão para vocês. Diz-lhe também que quem to disse foi uma mulher que encontraste no campo. A miúda obedeceu e voltou para casa deixando as poucas ovelhas ao cuidado da senhora. Bem sabia ela que em casa não havia nada para comer, mas, como tinha aprendido a não desobedecer aos crescidos, lá foi. Mas no fundo de si pensava ser em vão aquela caminhada debaixo de um sol abrasador que lhe queimava os pés. Cegada a casa, deu à mãe o recado que trazia. Desconfiada, a mulher zangou-se com ela por ter deixado o rebanho sozinho e mandou-a de volta. Porem, ante a insistência da miúda ( que já chorava também de raiva por ver que a mãe não a acreditava) ,a mulher decidiu ir à arca confirmar a existência dos pães. E, espantadíssima, mal levantou a tampa, deparou-se-lhe uma arca repleta de pão, um pão tão bom e saboroso que não podia ter sido amassado nesta terra. Pegou num dos pães e partiu-o ao meio, dando um naco à filha. A miúda, com o pão na mão, voltou dançarolando para o rebanho, de tal maneira que já nem parecia ter calor nem fome. Junto das ovelhas, encontrou a senhora, que a sorrir lhe perguntou: - Então, como te sentes agora? - Bem ! Hum!... Este pão é tão bom ! - Pois agora que estás bem- disposta tens de fazer-me um outro recado…. - Está bem ! Diz lá o que é? - Vais à tua aldeia e dizes aos vizinhos que eu sou a Mãe de Deus. - Não vão acreditar em mim… - Mas vais na mesma. E se não te acreditarem, a tua mãe que te ajude. - E depois? - Depois diz-lhes que venham até aqui. - Para quê? - Porque quero que me façam aqui uma ermida! - Está bem ! Então até logo!... A criança partiu acenando com a mão àquela Mulher tão suave e que tanta paciência lhe mostrava. Quando chegou à curva do caminho virou-se para trás e disse um largo adeus à Senhora, que, mal ela desapareceu, desapareceu também. Chegada à aldeia, reuniu toda a gente conforme pôde, contou-lhes o que se passara e como a Mãe de Deus estava à espera deles todos, entre os fetos. Depois de muita hesitação, aquela gente, sem acreditar muito na miúda, decidiu que mesmo assim valia a pena ir ver se tudo aquilo era verdade ou mentira. No local dos fetos nem sinal de Senhora alguma. Já meio zangados, iam voltar para a aldeia quando a menina, que andava espantadíssima com o desaparecimento tão repentino da Mãe de Deus, encontrou entre os arbustos uma pequena imagem de pedra, de dois palmos, parecida com a Senhora que falara com ela. E, cheia de alegria, mostrou-a a todos os incrédulos, que já andavam dizendo que ela não estava doa da cabeça. Enquanto isso, do local onde a imagem tinha estado escondida, brotou uma fonte de águas fresquíssimas e milagrosas. A população do reguengo, apesar dos poucos meios de que dispunha, iniciou nesse mesmo dia a construção da ermida, ao lado da fonte. Terminada a obra, puseram lá dentro a pequena imagem daquela à qual chamaram, desde de logo, Senhora do Fetal, em memória do local onde havia sido achada. Igreja de Nossa Senhora do Ó Igreja erguida na localidade de Alcanadas ao lado de outra capela com nome de s. Mateus, e de estilo moderno. Apesar de ser São Mateus o padroeiro das Alcanadas, as maiores atenções da sua gente vão para a Senhora do Ó. “Ó” significa “ chamar” ou “esperar”. Geralmente as Senhoras do Ó representam grávidas. Trata-se de uma belíssima imagem gótica, do tempo do mosteiro, ou mesmo anterior. É pequenina de pedra, está sentada e puxa o seu Menino pelo bracito Capela de São Mateus Fica na localidade de Alcanadas A construção da Igreja de São Mateus, teve início no ano de 1567, num local onde se encontrava uma ermida de invocação a Santo Hilário, este ultimo muito raríssimo de encontrar; talvez por causa disso o tivessem substituído por um mais na moda naquele tempo.
Igreja de Nossa Senhora da Memória Esta igreja fica na localidade de Garruchas
Igreja de Nossa senhora da Conceição Igreja erguida na localidade da Torre. Mas a esta localidade está ligada uma forte e linda lenda de Santa Iria, e onde existe a confraria mais antiga do Concelho. Lenda de Santa iria “Era uma vez ... ali para os lados da Torre havia um lugar chamado de Magueixa. Lá viviam Emírgio e a sua mulher Eugénia Magueixa, assim apelidada por ter nascido naquele pequeno lugar. Como eram muito trabalhadores e económicos, juntaram uns dinheiros e construíram uma casa a que o povo passou a chamar a Torre da Magueixa, em lembrança do nome da mulher do Emírgio. Tempos depois nasceu naquela casa uma menina a quem seus pais puseram o nome de Iria. Passaram os anos da infância de Iria. E, um dia, os pais mandaram-na para um recolhimento de uma terra chamada Nabância – é hoje a cidade de Tomar – onde viviam duas tias de Iria, irmãs do pai Emírgio, que se chamavam Casta e Júlia. Em Nabância também vivia um outro parente de Iria, que era abade dos religiosos de S. Bento e que recomendou Iria a um santo monge chamado Remígio. Iria mostrara sempre uma profunda Fé, uma devoção total, e, por isso, muito bondosa e caridosa, começou a tornar-se notada pelos seus sentimentos cristãos. Tão profundamente sentia a Verdade pregada por Cristo que procurava a clausura para melhor se sentir junto de Deus, e só saía no dia de S. Pedro para ir rezar na Igreja deste Apóstolo. Por aquele tempo vivia em Nabância um jovem chamado Bristaldo, filho do Governador, que ao ver na Igreja de S. Pedro a Iria, muito linda, muito formosa, se apaixonou por ela. A paixão de Britaldo foi tão forte que adoeceu gravemente. Iria, por inspiração divina, soube da doença do rapaz e da razão que a provocara e, por caridade, foi visitá-lo, desenganando-o dos seus desejos de se casar com ela. Então Britaldo pediu a Iria que nunca casasse nem amasse a outro rapaz, o que Iria prometeu imediatamente. Com esta promessa tão prontamente feita, o filho do Governador sentiu-se logo melhor. Mas ... o bom Monge Remígio, a cujos cuidados Iria havido sido entregue, começou a sentir-se apaixonado pela linda Iria e a tentá-la. Iria não aceitou as tentações do Monge Remígio, o que levou este a tramar uma vingança contra a doce e inocente Iria. E a vingança consumou-se. O monge, que tinha muito de sábio, preparou uma beberagem com ervas, que conhecia, e que provocou a inchação do ventre, dando a aparência de uma falta. Iria bebeu a tisana de boa fé. E o ventre de Iria começou a inchar, e quanto mais os dias corriam mais ele se avolumava e mais a sua fama de Santa desaparecia. Todas passaram a duvidar da pureza e da virtude de Iria. Britaldo, o jovem filho do Governador, ao saber o que constava e julgando que Iria faltara à sua promessa, jurou vingar-se e ordenou a um dos seus familiares que a fosse matar. E o familiar matou Iria, no dia 20 de Outubro de 653, degolando-a, quando Iria, sempre pura e inocente, estava ajoelhada e de mãos postas a rezar, à beira do rio Nabão, que passava junto ao Convento onde estava Iria. E o corpo foi rio abaixo. No mesmo momento Célio, também tio de Iria, por revelação de Deus, sentiu a trama de Remígio e conheceu o sítio onde estava o corpo de Iria. E tudo revelou ao povo que, cheio de dó e reconhecendo a inocência e a pureza de Iria, deu graças a Deus e foi buscar, em solene procissão, à baixa de Santarém chamada ribeira, o corpo de Iria. Ali chegados deu-se o grande milagre de se abrirem as águas do Tejo, na margem, até onde estava o corpo imaculado da Santa, sobre um túmulo feito pelas mãos diáfanas dos Anjos. Era o desejo de seus conterrâneos levar o corpo de Santa Iria, mas ninguém o pôde fazer. Ninguém o movia. Apenas lhe levaram, para recordação, alguns cabelos e pedaços do pano da camisa que milagrosamente serviram para tratamento de cegos e aleijados no Convento de Santa Iria. Muitos milagres, segundo dizem, se devem a esta Santa, que séculos mais tarde, teve a visita de outra Santa, a Rainha Santa Isabel. E na Torre, na terra que a viu nascer, ainda hoje existe uma capela da invocação de Santa Iria que, segundo a tradição oral, foi construída no mesmo sitio onde esteve edificada a casa onde Ela nasceu.”
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