terça-feira, 3 de setembro de 2013

Freguesia de Santa Maria



Igreja de Santa Maria
A Igreja de Paroquial de Santa Maria é a principal igreja da Vila e foi mandada erigir imediatamente após a conquista de Óbidos aos mouros, em 1148, sendo a primeira pedra do templo consagrada por São Teotónio, prior de Santa Cruz de Coimbra.
 A primitiva igreja românica e gótica desapareceu por completo no século XVI, tendo dado origem a um extraordinário exemplar de arquitectura renascentista.
Deste período destacam-se os portais, o púlpito e, muito especialmente, o túmulo do Alcaide-mor D. João de Noronha e de sua Mulher, D. Isabel de Sousa, um dos marcos da arte renascentista em Portugal.

Ainda no interior  existe um importante recheio artístico dos séculos XVI e XVII. Destaca-se o retábulo da capela colateral de S. Brás de Diogo Teixeira (de cerca de 1590, hoje no Museu Municipal), o retábulo da capela mor (de cerca de 1620), a capela colateral de Santa Catarina com telas de Josefa de Óbidos (de 1664), a capela de São Paulo na sacristia e todo o revestimento azulejar proto-barroco, da última década do século XVII).
                                  
 Igreja de Santiago
Erigida por ordem do rei D. Sancho I em 1186, provavelmente no lugar onde se ergueu a mesquita islâmica, esta igreja servia para a assistência espiritual aos Alcaides, à guarnição militar e era a “capela” da Corte e das Rainhas de Portugal aquando das suas estadas em Óbidos.

Foi sede da paróquia e colegiada de São Tiago desde o século XII até ao século XIX, altura em que integrou a Paróquia de Santa Maria.
Profundamente danificada em 1755, a primitiva igreja, com construção e obras que cobriam o românico, o gótico, o renascimento e o maneirismo, foi totalmente reconstruída, desta feita ao estilo barroco neoclássico, mas sem o brilho e a riquesa de épocas anteriores.

 Do primitivo templo resta uma tábua representando S. Tiago Maior (de cerca de 1550), provavelmente uma obra do pintor régio Luís de Morales; tem também uma excelente escultura de Cristo Ressuscitado (de cerca de 1580) ambas no Museu Municipal e uma imagem de Santo António do século XVI.

 Igreja da Misericórdia
Erigida na segunda metade do séc. XVI no lugar da primitiva capela do Espírito Santo esta igreja possui um importante recheio artístico, destacando-se o portal e púlpito (ambos de 1596), o retábulo da capela mor com pinturas de André Reinoso (de 1628), o revestimento azulejar e Virgem com o Menino em cerâmica (ambos de cerca de 1630).

A igreja da Misericórdia é a sede da Santa Casa, instituição de solidariedade fundada em Óbidos pela rainha D. Leonor, mulher de D. João II na primeira década do século XVI. Servindo para prestar apoio a todas as pessoas que o solicitassem, sobretudo os mais desfavorecidos, a Santa Casa da Misericórdia acumulava as suas funções de assistência, observando as 14 obras de misericórdia (7 espirituais e 7 corporais), bem como toda a gestão da antiga gafaria fundada cerca de 200 anos antes pela Rainha Santa Isabel, junto á Porta da vila.
 


 Ermida de S. João do Mocharro ou de N. Sr.ª d Carmo

Este templo foi edificado, provavelmente, no século XIV, tendo sido sede de paróquia até ao século XVII.
 Era então conhecida pelo nome de Capela de São João de Mocharro.

Trata-se de uma Capela de características góticas que apresenta um portal de vão em arco quebrado, com arquivoltas assentes em colunas cilíndricas.
No interior, o templo apresenta uma nave única com tecto de madeira que abre para a capela-mor através de um arco triunfal em arco pleno. 

A tradição diz ter existido neste mesmo local um templo dedicado a Júpiter. Embora as evidências arqueológicas não tenham ainda confirmado esta hipótese, nada aponta, porém, em sentido contrário. Certo é que no período islâmico aqui existia uma comunidade cristã com a sua igreja dedicada a São João Baptista, devoção muito característica entre os moçárabes.
No início da reconquista esta igreja foi reparada ou reconstruída, sobrevivendo do seu passado românico apenas uma pequena porta no alçado Norte. Também nos séculos XIV e XV a igreja sofreu grandes obras, mas gradualmente a sua periferia urbana se foi desfazendo.


 Igreja da Nossa Senhora de Monserrate
                                  
A história da capela de Nossa Senhora de Monserrate remonta aos finais da Idade Média, mas actualmente assume uma expressão puramente renascentista, já que foi totalmente reedificada no século XVI.

No seu interior, além do requintado conjunto azulejar dos século XVII e XVIII, existe um retábulo maneirista executado em 1599, no seguimento das beneficiações realizadas por ordem do Padre Luís Franco, beneficiado da Igreja de São João do Mocharro.
 O retábulo, representa diversos santos do panteão franciscano e, na tábua superior, a aparição de Nossa Senhora a São João. Este conjunto de pinturas é da autoria de Belchior de Matos.
Na nicho principal do retábulo encontra-se a imagem de Nossa Senhora de Monserrate com o Menino, escultura de finais do século XVI. Em meados do século XVIII a capela foi ampliada e acrescentada a torre sineira. 



Igreja de Santo Antão

Na época da crise dinástica de 1383/1385, o reino de Portugal esteve ocupado pelos castelhanos, tendo sido o Mestre de Avis, futuro D. João I, o líder da revolta lusitana. Com a Batalha de Aljubarrota, as praças portuguesas em poder de Castela começaram a cair. Assim, depois de o porto de Atouguia ter sido abandonado pelos castelhanos, os obidenses entregaram-se ao Mestre de Avis, que organizou militarmente o território, com o intuito de defender melhor o reino.

 Um dos combatentes da Ala dos Namorados, designação dada, de acordo com o professor Carlos Orlando Rodrigues, “ao lado direito do quadrante, mais exactamente à vanguarda virada para Leiria, que os portugueses formaram como táctica de combate na Batalha de Aljubarrota” foi D. Antão Vaz Moniz, fidalgo de Óbidos e cavaleiro a pé. Depois da vitória na referida batalha, D. Antão, em 1386, mandou edificar uma capelinha em honra do santo do mesmo nome. Essa ermida foi construída no cimo de um monte, a norte da vila, de onde se obtém uma vista panorâmica deslumbrante. D. Antão passou aí os últimos anos da sua vida, enquanto asceta, tendo pedido para ser sepultado no interior da capela, sem qualquer tipo de inscrição.
Estes acontecimentos históricos originaram a famosa romaria de Santo Antão, que se realiza nesta freguesia, a 17 de Janeiro. A ermida situada no local de difícil acesso, mas de grande importância agro-pecuária, tendo o porco um papel relevante.
Santo Antão nasceu no ano 201, e morreu no ano 306, viveu então 105 anos, conhecido por protector dos animais é invocado em caso de doença de algum animal ou no caso de se ambicionar uma boa ninhada. Antigamente as promessas cumpriam-se com a oferta de linguiças ao Santo, mas, actualmente, os chouriços são pesados e vendidos  e os crentes oferecem o valor monetário correspondente, reservando os enchidos para a merenda.






 A da Gorda
 Igreja de Santo António

Esta bela Capela dedicada a Santo António de Lisboa situa-se em A-da-Gorda, tendo sido o actual templo edificado em substituição de uma pequena ermida que aí existiu. Da antiga ermida ainda hoje se conserva como relíquia uma imagem antiquíssima, em pedra, do seu patrono.
Existe uma lápide a felicitar o povo do lugar que com as suas esmolas construíram a torre no ano 1893.
A actual Capela foi, no século XVII, embelezada com pinturas não assinadas e, no século seguinte, foi revestida, interiormente, de azulejos. No interior, destaca-se, igualmente, três altares de talha dourada, bem como o tríptico de inspiração franciscana que se encontra sobre o cruzeiro do altar-mor. Idêntica atenção merece a pia de água benta, de estilo Romântico, com três cabeças de símio, visto que a tradição diz que a água
Benta afugenta os demónios.
 Bairro Senhora da Luz
Igreja de Nossa Senhora da Luz

A capela, que fica na localidade de Bairro Senhora da Luz, de evocação á Nossa Senhora da Luz, a primitiva ermida terá sido construída nos inícios do século XVIII, para responder às necessidades religiosas de uma população em crescimento.
 Carregal
Igreja do Senhor Jesus da Pedra

Igreja situada na localidade do Carregal, foi inaugurada no ano 1991.
As ligações familiares com as vizinhas localidades do Arelho e de trás do Outeiro ( que permitem equacionar a hipótese de a aldeia ser uma zona de passagem para os moradores) e a proximidade das capelas dessas localidades bem como da própria sede de freguesia ( Igreja de São João do Mocharro) poderão justificar que a aldeia, só recentemente, tenha construído a sua própria capela.
Não obstante, o população realizava, desde o século XVIII, uma festividade religiosa ligada ao Santuário do Senhor Jesus da Pedra: o Círio do Carregal que, no dia de quinta-feira da Ascensão levava os moradores até ao recinto do referido santuário. Em comemoração dessa tradição e aquando da realização do círio no ano de 1997 ( ano em que o santuário fez 250 anos), foi oferecida aos romeiros uma réplica da imagem do Senhor Jesus da Pedra, tendo na base um fragmento da Cruz



Arelho
Igreja de Santo André
Esta igreja fica situada no localidade de Arelho. Cuja a requalificação urbana largo e capela inaugurada no ano 2004. Sobranceira a toda a aldeia, a Capela de Santo André, templo rural de uma só nave e com uma galilé exterior alpendrada, na fachada principal. Na mesma fachada, encimando o alpendre, está inscrita uma imagem de pedra representando o orago que Gustavo de Matos Sequeira, em 1955, datou do século XVI a atribuiu a um escultor de nome Nuno Alvares. No interior da capela, destacamos a imagem do orago datada, segundo informação do historiador Sérgio Gorjão, do século XV ( o que deixa antever a antiguidade da capela), da autoria de um escultor da escola de Coimbra que assinava as suas obras com as iniciais P.A. O mesmo escultor terá sido o autor da escultura de São João Baptista do Mocharro, datada da mesma época e hoje exposta no Museu Municipal.
Podemos ainda admirar várias imagens do período Barroco ou de influência barroca: Nossa Senhora dos Milagres, Nossa Senhora das Neves, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora da Conceição ( as duas últimas no altar-mor da capela, cujo retábulo datará dos finais do século XVIII).
Trás do Outeiro
Igreja de Nossa Senhora da Conceição

Igreja situada no lugar de Trás do Outeiro, tem uma lápide com o nome da padroeira e o ano de  1909- 1938.

No largo principal da localidade situa-se a pequena capela de Nossa Senhora da Conceição, construção provavelmente dos princípios do século XVIII. Para além do interessante adro que rodeia a capela, situado num plano mais elevado que a rua, destaca-se a pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição, provavelmente do período barroco. Do mesmo período, serão as imagens de Santa Justa e Santa Rufina, provenientes da ermida com o mesmo nome, colocadas em dois nichos abertos do lado esquerdo ( a primeira) e direito da capela-mor, para além do sacrário do altar-mor, em talha dourada.


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